O que eu aprendi com a solidão


Em diversas ocasiões, a solidão se mostra minha melhor amiga. Não que ela não tenha sido carrasca vez ou outra. Mas, sempre que me castigou, eu saí fortalecida depois. E, com tudo isso, aprendi a apreciá-la.  

Nem sempre é fácil, obviamente. Há vezes em que eu até quero dispensá-la, mas ela impõe sua presença. Me obriga a ficar com ela. Me cerca de todos os lados. Me amarra as mãos e me massacra com sua frieza.  

Sádica, me joga na cara que está ali porque quer e que, naquele momento, minha opinião é irrelevante. Não me deixa opções. Impiedosa, me sufoca e testa meus limites ao extremo.  

Mas, com o tempo, identifiquei ali uma oportunidade ímpar de crescimento. E, nesse cabo-de-guerra sem fim, acabei me superando. Sobrevivi à revelação de que autossuficiência é mais que pagar as próprias contas. É saber apreciar a própria companhia.  

Agora, em diversas ocasiões, sou eu quem requisito a solidão. Preciso dela, desesperadamente, de tempos em tempos. Preciso do choque de realidade que ela me proporciona. Anseio pelo silêncio que ela gentilmente me concede. Necessito da infinidade de possibilidades que me oferta.   Descobri nos momentos solitários meu espaço de higiene mental. É onde confronto a mim mesma. Desminto minhas próprias farsas. Desfaço a “maquiagem” e encaro de perto meus defeitos. Olho no fundo dos olhos da minha alma. Me reciclo. E me preparo para voltar ao mundo real.  

Finalmente entendi que eu preciso da solidão, para conseguir precisar de companhia novamente.  

É indispensável saber ficar sozinho de vez em quando. É fundamental querer ficar sozinho de vez em quando. Mas, há que se saber apreciar esses momentos com moderação. Tudo, em excesso, é prejudicial. Inclusive essa incrível sensação de plenitude individual.

Para ler ouvindo: Simon & Garfunkel – I am a Rock

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